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Mulheres de Moçambique e da Bacia do Rio Doce se encontram em Governador Valadares para debater mineração e mudanças climáticas

  • Foto do escritor: Salmom Lucas Monteiro  Costa
    Salmom Lucas Monteiro Costa
  • há 13 minutos
  • 2 min de leitura

Roda de conversa ocorre na sede da Assessoria Técnica Independente - Cáritas Diocesana de Governador Valadares


Entre os dias 25 de abril e 5 de maio de 2025, Governador Valadares (MG) é sede de um importante encontro internacional promovido pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Com o tema “Mulher, mineração e mudanças climáticas”, o encontro reúne mulheres camponesas, mulheres atingidas, agroecológicas e feministas do Brasil e de Moçambique para a troca de experiências e fortalecimento das lutas contra os danos socioambientais causados pela mineração. 


Roda de conversa entre mulheres de Moçambique e Bacia do Rio Doce. (Foto: Salmom Lucas)
Roda de conversa entre mulheres de Moçambique e Bacia do Rio Doce. (Foto: Salmom Lucas)

A programação teve início na última sexta-feira (25), com uma palestra realizada na sede da Assessoria Técnica Independente Cáritas Diocesana de Governador Valadares ministrada pelo professor titular da Universidade Vale do Rio Doce (Univale), Haruf Salmen Espindola, que abordou os prejuízos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão na Bacia do Rio Doce, ao longo de quase uma década. Em seguida, foi realizada uma roda de conversa entre mulheres atingidas do Brasil, assessoradas pela ATI e de Moçambique, com o objetivo de compartilhar vivências de resistência, estratégias de enfrentamento e alternativas produtivas sustentáveis em contextos atingidos pela mineração. 


A delegação de moçambicanas, que representam organizações camponesas e feministas, apresentaram suas experiências de lidar com os efeitos de grandes projetos extrativistas em seu país, para somar no diálogo com as mulheres do MMC e as atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão.


Durante a abertura do evento, Xabier Galarza, coordenador institucional da ATI CDGV, que apoia o evento, ressaltou a importância da iniciativa e do apoio ao intercâmbio para a construção de pontes de solidariedade. “É um momento de muita alegria para nós, como ATI Cáritas, poder estar colaborando e apoiando essa atividade tão importante, que é esse intercâmbio entre mulheres camponesas do Brasil e de Moçambique. A gente sabe o quanto a mineração tem atingido os territórios, tanto no Brasil como em Moçambique, e quanto é importante fortalecer esses laços de solidariedade, de resistência e de luta”, afirmou. 


A roda de conversa foi marcada por relatos de mulheres brasileiras e moçambicanas que compartilharam experiências de resistência diante das consequências da mineração e das mudanças climáticas. “A mineração não destrói só a terra. Ela destrói a água, destrói o ar, destrói a vida das mulheres, das crianças, das famílias. Nós, mulheres, estamos aqui para dizer que nosso território é vida e nós vamos continuar lutando”, afirmou uma das atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão. 


O intercâmbio também foi celebrado pelas participantes como um espaço de fortalecimento coletivo. “Quando a gente escuta as companheiras de Moçambique, a gente vê que a nossa luta é uma só. Mesmo tão longe, os problemas são parecidos. E é junto, trocando experiência, que a gente se fortalece para seguir em frente”, destacou uma representante do MMC. 


Além de denunciar os danos causados pela mineração, as mulheres aproveitaram a ocasião para reforçar a importância de construir alternativas sustentáveis. “A mineração quer tirar da gente a terra e a dignidade, mas nós estamos mostrando que tem outro caminho: a agroecologia, o trabalho coletivo, a produção sem veneno, feita pelas mãos das mulheres”, disse uma das integrantes da delegação”. 


O evento continua em Governador Valadares (MG)  e vai até o dia 5 de maio. 




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